segunda-feira, 1 de julho de 2013

a noite um passarinho


Ontem, meia noite e trinta e dois, quando conversava com minha mãe no telefone, ela adora me ligar de madrugada, sim meia noite e meia já é madrugada, enquanto falávamos sobre meu avô e Bob Wilson, um passarinho entrou desatinado pelo quarto. No susto desliguei o telefone e olhei para o gato. Um lord. Impassível. Cadê seu espírito caçador de felino selvagem? eu disse e ele luflas. Coloquei a capa de chuva contra o corpo e com medo do passarinho fui até a sala. Suas asas batiam a mil por hora e ele errava a janela de vidro, errava o corredor e errava em minha direção. Protegida por uma capuz esperei ele pousar em algum lugar da estante, ansiosa, para ver de quem se tratava. Mas ele batia as asas tão vertiginosamente que só pude ver que não se tratava de nenhum morcego ou mariposa gigante. E sim de um passarinho bege escuro desesperado. No que ele foi para o quarto pela segunda vez corri até o janelão da sala. Abri. Ele voltou como se já soubesse e atravessou a janela para a noite na cidade. Fiquei feliz, embora ele tivesse  acabado de transformar minha casa numa gaiola gigante.