sábado, 6 de março de 2010
os embalos da vida adulta
Foi um sonho que tive. O carro emperrava. Eu viro a chave e dou nova partida, mas as rodas não giram. Então eu olho para baixo, e vejo que estou no carro dos Flintstones, que o que está emperrado, na verdade, são minhas pernas. Acordo e resolvo abrir uma empresa, tentar entender sobre impostos, sobre siglas de impostos, todas essas transações que são para mim, tão abstratas como a bolsa de valores ou a localização exata do espaço virtual no mundo. E diante dessa decisão, do medo da receita federal e das notificações que podem vir a chegar embaixo da minha porta, minhas rodas andam, mas é aí que minhas costas travam, durante uma semana, e depois delas, uma inflamação nos dentes. Em seguida uma febre, uma caixa de antibióticos no valor de cento e dezesseis reais, que é quase o valor dos honorários mensais do contador. Ontem uma noite de pequenos delírios febris. Hoje uma manhã comum, sem dor e a notícia de que minha sobrinha conseguiu dar sozinha, seus cinco primeiros passos em direção a vida adulta. Depois caiu com a bunda no chão.
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