Foi ainda na escola de teatro que eu peguei este livrinho na mão, "A arte cavalheiresca do arqueiro zen". Com dezessete anos, e a ânsia de alcançar na interpretação algo parecido com a profundidade e a seriedade de um arqueiro oriental, devorei as poucas páginas do relato. Tudo que me lembro na verdade, é de me deparar pela primeira vez com a palavra
"feericamente", dentro da frase, "O local de exercícios estava
feericamente iluminado." Lembro que fiquei encantada com ela, de como uma palavra combinava com a outra e de como eu gostaria de estar naquela sala, junto com o arqueiro e seu discípulo, só para poder entender como seria um local feericamente iluminado. Qual seria a sensação de entrar naquela cúpula de luz, aparentemente sagrada. Lembro de mais uma coisa: a flecha é a extensão do braço e a atenção deve estar no alvo. Mas como vocês podem verificar na fotonovela abaixo, o local estava bastante iluminado; e meus trajes eram ocidentais demais para a prática, mas ainda que estivesse vestida feerica e corretamente, eu, na qualidade de arqueira, estou longe de ser zen.
(o alvo)
(a preparação da preparação)
(presença firme e compenetrada)
(a intolerância da lei da gravidade)
( triste fim da primeira e última tentativa)
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e por falar em frio, segunda feira vou lá no masp, ler um conto do homem que escreveu a personagem que me levou até a Rússia. Estão todos convidados.