Foi ainda na escola de teatro que eu peguei este livrinho na mão, "A arte cavalheiresca do arqueiro zen". Com dezessete anos, e a ânsia de alcançar na interpretação algo parecido com a profundidade e a seriedade de um arqueiro oriental, devorei as poucas páginas do relato. Tudo que me lembro na verdade, é de me deparar pela primeira vez com a palavra "feericamente", dentro da frase, "O local de exercícios estava feericamente iluminado." Lembro que fiquei encantada com ela, de como uma palavra combinava com a outra e de como eu gostaria de estar naquela sala, junto com o arqueiro e seu discípulo, só para poder entender como seria um local feericamente iluminado. Qual seria a sensação de entrar naquela cúpula de luz, aparentemente sagrada. Lembro de mais uma coisa: a flecha é a extensão do braço e a atenção deve estar no alvo. Mas como vocês podem verificar na fotonovela abaixo, o local estava bastante iluminado; e meus trajes eram ocidentais demais para a prática, mas ainda que estivesse vestida feerica e corretamente, eu, na qualidade de arqueira, estou longe de ser zen.
(o alvo)
(a preparação da preparação)
(presença firme e compenetrada)
(a intolerância da lei da gravidade)
( triste fim da primeira e última tentativa)
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e por falar em frio, segunda feira vou lá no masp, ler um conto do homem que escreveu a personagem que me levou até a Rússia. Estão todos convidados.
sábado, 24 de abril de 2010
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[e quer-me parecer que poucos gostariam de estar na categoria de maçã... :)]
ResponderExcluirum imenso abraço, Martha
Leonardo B.
neste caso qualquer alvo é uma distância abismal...beijo grande Leonardo.
ResponderExcluirEu li este mesmo livro aos 18, eu tinha um arco dado pelo meu pai, coisa de família. Às vezes ser arqueira é melhor do que ser zen hein...
ResponderExcluirIr a Russia por personagem de Tchekov me parece algo fantástico, muito bom. поздравления !
Beijo.
Eu sei o que te descompensou na hora da prática: a bolsa, arqueira, a bolsa! Mesmo com a foto um pouco escura, depois do tiro, o olhar revela um brilho, pasme, feericamente iluminado..
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluireste comentário foi feericamente bem recebido. e é claro, que "peruísse" praticar atividade tão nobre com uma bolsa a tiracolo...bj
ResponderExcluir"Lindo". O trauma pode resultar em "A arte amazonesca da arqueira banana".
ResponderExcluireu li quando tinha 16 anos. foi um dos primeiros livros que peguei quando entrei no teatro.lembro que o livro fez todo sentido pra mim quando o diretor falou:" você não fala é falado, você não anda é andado", a ficha caiu bem aí. depois veio " O Poder do Mito" e meu destino com o teatro estaria ligado pra sempre.
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