Às vezes é prudente saber,
que não importa o quão honestamente
tentamos expressar
alguma ideia latente,
alguém já conseguiu fazer isso
melhor que a gente.
O PAÍS DAS MARAVILHAS
Não se entra no país das maravilhas,
pois ele fica do lado de fora,
não do lado de dentro. Se há saídas
que dão nele, estão certamente à orla
iridescente do meu pensamento,
jamais no centro vago do meu eu.
E se me entrego às imagens do espelho
ou da água, tendo no fundo o céu,
não pensem que me apaixonei por mim.
Não: bom é ver-se no espaço diáfano
do mundo, coisas entre coisas que há
no lume do espelho, fora de si:
peixe entre peixes, pássaros entre pássaros,
um dia passo inteiro para lá.
Antonio Cicero
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
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